quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Muito Além do Futebol... (38)

Aproveitando a data do aniversário de Edson Arantes do Nascimento (em sua certidão está registrado o dia 21 de outubro, embora ele tenha nascido dia 23), vamos falar sobre suas recentes declarações, mais uma vez, envolvendo Diego Armando Maradona.

Boa parte do pré-conceito - literalmente - dos brasileiros para com os argentinos é em razão de Maradona ser o maior ídolo "deles". Segundo boa parte da população, Maradona, além de ser um drogado (sic), vive provocando (sic) o "nosso" Pelé para poder aparecer (sic).

Porém, ainda que de fato Diego muitas vezes cite o 'rei' do futebol e invariavelmente o critique, essa não é uma via de mão única: no mais das vezes, é Pelé quem provoca e desdenha de Maradona.

Somente nas últimas duas semanas, Pelé criticou/zombou Maradona em duas oportunidades diferentes e por duas razões distintas.

Na primeira delas, em 05/10, participando de projetos sociais na cidade de Jaguariúna-SP, ele fez uma provocação restrita aos campos, de forma gratuita, dizendo-se mais habilidoso que o argentino (''o Maradona não fazia gol de cabeça e não sabia chutar com a perna direita''):


Na outra, no último dia 15, quando inaugurou o Programa Esportivo Lúdico Escolar (acróstico sugestivo, não?), citou Diego Maradona no campo pessoal, dizendo que o argentino é um "mau exemplo" para as crianças -- ''não podiam chamar o Maradona, entende?'':


O curioso é que, uma semana antes da primeira provocação de Pelé, Maradona havia participado, na Rússia, de um evento no qual arrecadou 500 mil dólares (ou 850 mil reais) para a construção de um hospital infantil no país, destinado a pacientes com câncer.


Além disso, já está acertado que o ex-jogador também fará ação semelhante na China, conforme publica o "Portal do paciente com câncer". Não bastasse, nesse ano Maradona teve participação num projeto educacional na Argentina.

A conclusão a que se chega é que nenhum ser humano é de todo bom ou mau. Assim como Maradona errou de diversas maneiras no seu envolvimento com drogas, Pelé também cometeu vários e graves deslizes em sua vida, ainda que nunca tenha sido viciado em qualquer substância ilícita.

E o questionamento que fica: qual a imagem (ou 'exemplo', como diz Pelé) as crianças do hospital russo terão de Maradona?...

Um comentário:

  1. A carreira futebolística de Pelé foi maravilhosa, mesmo ressaltando que cabem contestações - como a de qualquer outro jogador. Não é essa a discussão. O que confirmamos nas comemorações dos 70 anos, é que Maradona tem sido o grande “combustível” da vida de Edson: Não se fala em Pelé, sem ao menos “alfinetar” Maradona. E não é pelo fato de comparar, mas pela intensidade de veneno que sempre acompanha os comentários. Maradona sempre foi mais agredido, e motivo de piadinhas maldosas, fato consumado. Fica a impressão que Pelé utiliza sarcasticamente a imagem de Diego para agradar seus fiéis “súditos” (xenófobos!), já que diretamente, Maradona nunca lhe prejudicou em nada.

    Sobre “mau exemplo” para as crianças, não existe pior exemplo de caráter, moral e conduta social do que o Sr. Edson Arantes do Nascimento, que o digam seus sócios, a UNICEF, seus filhos (Edinho, um deles, belo exemplo para as crianças do nosso Brasil)...

    Os ilícitos que Pelé cometeu entram para o pacote da “blindagem”, que encobre todos os defeitos dele. Edson é viciado em uma substância lícita, o dinheiro, mas as formas com que ele adquiriu certas quantias, é que são tipificadas. (Tipo penal – conduta ilícita prevista em lei).

    Podemos concluir que o jogador Pelé deveria ser muito maior do que essas mesquinharias – que brasileiro adora. O fato irritante não é o reconhecimento de Pelé, é a desvalorização proposital de Maradona: Diego só “não é querido” pela maioria de pessoas aqui no Brasil, o mundo ama Maradona. Falar mal de Maradona passou a ser sinônimo de elogiar “Bilé”.

    Na Rússia – e no mundo todo, repito -, com certeza Maradona é reconhecido como ótimo ser humano. Aliás, as crianças brasileiras dessa geração, terão uma educação baseada em odiar Argentinos? Ainda bem que a palavra “Escolar” não leva acento.

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