quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Raça X Nacionalidade (49)

Já faz mais de 6 anos que o jogador brasileiro “Grafite” foi ofendido com conotações racistas pelo jogador argentino Desábato.
Um ano depois do episódio, em abril de 2006, Grafite concedeu uma entrevista em que dizia-se saturado do fato. Não, ele não se arrepende de ter feito a denúncia – nem poderia – ou disse que a ofensa não aconteceu. Nem muito menos recorreu àquela velha desculpa do “isso é comum no futebol”.
O que fez Edinaldo Batista Libânio – nome do esportista – querer esquecer a situação foi a proporção que ela tomou: “Acho que a repercussão que o caso teve me assustou um pouco. Todos falando de mim”. Libânio ainda disse que “Não valia a pena continuar sozinho. Era uma briga que não deveria ser apenas minha” e que o argentino “já havia pagado tudo o que fez”.
Essa introdução é para falar sobre algo que aconteceu ontem, na partida entre Libertad (Paraguai) e São Paulo, que teve como árbitro um colombiano: o jogador Juan, são-paulino, após a partida afirmou ter sido ofendido de “macaco”.
Além da ironia de alguém de pele clara (brancos são os escandinavos) fazer tal afirmação – quer associar isso ao fato de ser brasileiro –, tudo fica mais cômico quando lembramos que ele mesmo já fora acusado de praticar tais ofensas.
O ano é 2009, e Flamengo e Botafogo mais uma vez decidem o campeonato carioca.
Maicosuel, jogador botafoguense, executa um belo drible sobre Juan, do Flamengo. Tão logo passa pelo atleta, Maicossuel sofre uma falta violenta. Não bastasse agredi-lo fisicamente, Juan vai sobre o atleta e, pegando-lhe pelo pescoço, fala. Fala muito. É preciso ser contido por companheiros, e adversários querem agredi-lo.
Sem dúvida, o maior arrependimento que Grafite deve sentir ao lembrar o seu caso, é o de como algo tão grave se tornou tão banal.

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